28 de novembro de 2009

contra.factos

o Tempo

[excessivo]

corrói.

-

o Silêncio

[solitário]

ensurdece.

-
A Insónia Mata.
-sem
argumentos-

Inverno primeiro


Lembra-me de não perder o sol de vista quando abrir a janela.


Lembra-me de me encontrar.

22 de outubro de 2009

Post-Scriptum

São tantas as palavras que aqui ficaram, serenamente debitadas. Enquanto nos fazíamos cegos, para as não vermos. Para não nos vermos.
Que mais importa dizer, se nos falta a força e os sons não vibram com a intensidade necessária, perdendo-se.


Fazendo-nos Perder.
Tanto.

Para quê atormentarmos a boca, e a alma, com essas palavras se o passado ainda caminha connosco, em passos demasiado ruidosos, para nos permitir ouvi-las!?
Como poderíamos marcar um fim, se nenhum adeus foi dito?!
[Junho de 2008 - adaptado]

5 de setembro de 2009

60 segundos

Um sorriso esquivado [pauso] não pela timidez mas [pauso] pelo medo da presença da negação [declaro]
Um acenar pesado à oportunidade [pauso] pela correspondência não concordante das reacções [declaro]
Um adeus que por não ser dito é tido tão certo como pouco correcto [declaro]
Um tormento em forma de conjunção [enuncio] e Se as reticências fossem exclamação [interrogo]

29 de agosto de 2009

Invernos de Verão

A cama arrefece por entre as horas compassadas do cetim despido de corpos.
A chuva cai. A melodia ecoa.

22 de agosto de 2009

2 minutos

Silenciar o olhar. Cegar a voz.

Alterar-te os sentidos numa tentativa inútil de fazer-te voltar a não teres sentido. Inverter o tempo sobre os eixos em que rodopiamos entre esquivos descomprometidos, ignorando a gravidade que nos atrai, contra vontade, para fora da realidade paralela que criamos sobre aquela já lotada da ausência de alternativas.
Projectar as notas das músicas que fizemos nossas sem permissão nem concordância proferida, no vazio que cuidadosamente alimentamos para libertar depois a imaginação que nos repele para fora de nós.

Silenciar, entretanto.

21 de agosto de 2009

Dedicatórias I

São cópias em escala de cinza [!] nas quais, estupidamente, tentam colorir a estrutura, mas as cores são lhes proibidas, por uma questão de dignidade [!] a menos que se esvaia a vida pelos contornos.
São cópias numa escala crescente de cinzaS [!] impressas por línguas de escárnio e mal dizer, acompanhadas sempre por aquele sorriso pútrido movido a uma velocidade astronómica apenas possibilitada pela presença viva desse, dito, pecado mortal que por sinal tarda em levar-te!
I
N
V
E
J
A
.
Não mata, mas moi [- TE]!

14 de agosto de 2009

Linha e Meia


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Estranha a conformação, dos que se esquivaram da idade adulta dos porquês. Dos que se evadem pelo comodismo fora sem a crítica do espírito.
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12 de agosto de 2009

Pesares

Não sei.
O que penso
ou
Acredito.

Não sei.
Quanto sou.
Onde vou.
Por quem me perco
ou
Dou.

São espaços vazios - o que pondero – boiando entre parênteses rectos, enquanto as reticências e interrogações são ainda leves demais para as fazerem descansar no fundo linear de todas as questões.
São esquemas de dilemas sem solução.
Raciocínios incompletos debaixo de ciências pouco exactas e de certo ainda menos Humanas. Guiadas - as vendas que cobrem os olhos já fechados - por instintos fragmentados em labirintos com saídas garantidas mas pouco certas.

[ ]

Parênteses rectos. Espaços vazios.

[ ]

De fora permanecem os oximoros - paradoxos de contradições - escritos por sinedoques exageradas em espirais contínuas e nauseantes.

Ficamos nós: Entre parênteses rectos, nesses espaços vazios.
Trocando o sentido pelo sentimento sem sensações.
Repetindo os velhos passos em rotas diferentes. Trocando o pensamento às palavras nos becos sem saída das portas garantidas - mas pouco certas - do Labirinto que Somos.

30 de junho de 2009

Movimento descendente

- Desculpa.
- Porquê?
- Nunca foste mais que uma pequena extensão de mim.
(Pausa)
- Queres convencer-me que não existo além de ti?
- Não. Não existes além da minha imaginação, e esta não me pertence.
(Pausa)
- És uma pequena extensão de mim.
(Pausa)
- Pesas-me demasiado. Desculpa ter-te imaginado tanto, juro que foi sem querer.
[Silêncio]
- Porquê?
- Não sei. Na verdade não sei querer saber, pois a incerteza anima-me o tédio.
- Isso é viver?
(Pausa)
- Não sei. (Penso: e que [me] importa isso?)
(Pausa)
-Não existes. Desculpa.


[Criado em Agosto de 2008 e publicado no, já extinto, Fragmentos]

9 de junho de 2009

Desmaterialização do Tempo

É aquando da ausência de tempo, que encontro as memórias de Ti. Que pertencem apenas, e sempre, a esse espaço atemporal.
É na desmaterialização do tempo e no despojo do espaço que choco com o que vais sendo, entre parênteses rectos e reticências compassadas por parágrafos em branco. Que faço questão de romper com o silêncio que te pena todas as perguntas que não sabes fazer. Todas as respostas que queres dar.
São os intervalos dolorosos, do ver-Te apenas no particípio do passado do que é Esquecer voluntariamente, para que o Presente que trazes seja sempre conjuntivo, pelo facto de mo dares sem o ter.
Finjo. Desmaterializar o nexo inexistente do teu ser, que não é mas vai sendo, a escrita que corrói a história mais-que-perfeita dos parágrafos nulos e do silêncio mudo da minha compreensão.
Finjo-Te na pressa: sem tempo, sem espaço.
Finjo. Desmatrializo.

30 de maio de 2009

Desconexo

[Em Tempo e espaço, indefinidos. Com personagens mais fictícias que as Reais:]
É esta uma boa disposição, que o senso comum chamaria de mórbida, mas por ser eu desprovida de tal, graças a Mim e ao Esforço para nunca contrariar essa vontade, esta é apenas A boa disposição que [re]conheço.
E é num cravar de unhas no teu corpo e num rasgar lento da tua dor e do meu prazer, que digo…

Apetece[!]-me.

Que o céu não seja tão azul ou que seja como o azul que me deram a conhecer. Não assim.
E é num aguçar desse lado sádico, demasiado extenso para haver espaço para masoquismos, que sei…
A monotonia das rotinas de Primavera, animam-lhes o tédio, Enquanto cresce o verbo da minha boa-disposição, pronto a ser conjugado num tempo desconhecido.
E é então que penso...
Apetece[!]-me!

26 de maio de 2009

Transição de Recuos

Segue-se:
Um sentimento, transformado em estados de espírito, sem alma.
Uma apatia ao presente, causada por um odor passado, que não foi.
Uma memória, de um futuro impedido por um destino inexistente pela lógica e razão de um mundo que gira ao avesso.

*

[Essa Vida é um ciclo vicioso feito de vícios encobertos por hábitos corrompidos por uma rotina, Desregular!]


*

Passavam jangadas nas quais, inutilmente, queriam transportar, barris de esperança polvorosa. Mas as tábuas eram já desunidas, nas ondas de um mar feito todo remoinho, sem epicentro.
Desunidas! Por pregões, em vozes marteladas pelo tempo. Em tempo corpos, hoje grunhidos de crenças sem fé.
Tão Homens. Tão gente.
*

[Essa Vida é uma constante passagem de acontecimentos alheios, por detrás de um vidro, que separam os mundos!]

*

Flutuavam numa espécie de rastejo, por não haver força para rastejar novamente a calçada.Numa sinestesia de Antíteses, flutuavam, com veias e artérias de sangue ressequido, que lhes congestionavam os pulmões. Sem fôlego, continuavam a pregar. Continuavam a desunir.
Tão Homens. Tão gente!

*

[Essa Vida, é ver sem som numa ilusória despersonalização da loucura!]

Seguia-se:…