29 de agosto de 2009

Invernos de Verão

A cama arrefece por entre as horas compassadas do cetim despido de corpos.
A chuva cai. A melodia ecoa.

22 de agosto de 2009

2 minutos

Silenciar o olhar. Cegar a voz.

Alterar-te os sentidos numa tentativa inútil de fazer-te voltar a não teres sentido. Inverter o tempo sobre os eixos em que rodopiamos entre esquivos descomprometidos, ignorando a gravidade que nos atrai, contra vontade, para fora da realidade paralela que criamos sobre aquela já lotada da ausência de alternativas.
Projectar as notas das músicas que fizemos nossas sem permissão nem concordância proferida, no vazio que cuidadosamente alimentamos para libertar depois a imaginação que nos repele para fora de nós.

Silenciar, entretanto.

21 de agosto de 2009

Dedicatórias I

São cópias em escala de cinza [!] nas quais, estupidamente, tentam colorir a estrutura, mas as cores são lhes proibidas, por uma questão de dignidade [!] a menos que se esvaia a vida pelos contornos.
São cópias numa escala crescente de cinzaS [!] impressas por línguas de escárnio e mal dizer, acompanhadas sempre por aquele sorriso pútrido movido a uma velocidade astronómica apenas possibilitada pela presença viva desse, dito, pecado mortal que por sinal tarda em levar-te!
I
N
V
E
J
A
.
Não mata, mas moi [- TE]!

14 de agosto de 2009

Linha e Meia


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Estranha a conformação, dos que se esquivaram da idade adulta dos porquês. Dos que se evadem pelo comodismo fora sem a crítica do espírito.
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12 de agosto de 2009

Pesares

Não sei.
O que penso
ou
Acredito.

Não sei.
Quanto sou.
Onde vou.
Por quem me perco
ou
Dou.

São espaços vazios - o que pondero – boiando entre parênteses rectos, enquanto as reticências e interrogações são ainda leves demais para as fazerem descansar no fundo linear de todas as questões.
São esquemas de dilemas sem solução.
Raciocínios incompletos debaixo de ciências pouco exactas e de certo ainda menos Humanas. Guiadas - as vendas que cobrem os olhos já fechados - por instintos fragmentados em labirintos com saídas garantidas mas pouco certas.

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Parênteses rectos. Espaços vazios.

[ ]

De fora permanecem os oximoros - paradoxos de contradições - escritos por sinedoques exageradas em espirais contínuas e nauseantes.

Ficamos nós: Entre parênteses rectos, nesses espaços vazios.
Trocando o sentido pelo sentimento sem sensações.
Repetindo os velhos passos em rotas diferentes. Trocando o pensamento às palavras nos becos sem saída das portas garantidas - mas pouco certas - do Labirinto que Somos.